A eletrônica também pode trazer contribuições interessantes ao lazer. O projeto que descrevemos é um exemplo. O circuito descrito emite um sinal auditivo quando algum peixe começa a "beliscar“ ou puxar a linha levemente, possibilitando assim que o pescador fique atento para a fisgada final. Simples de montar, ele é alimentado por pilhas, com um consumo muito baixo de corrente na condição de espera.

Não precisamos de varas especiais ou equipamentos sofisticados para adaptar este aparelho a nossa linha de pesca.

O sensor é simplesmente um pequeno gancho por onde passa a linha e que dispara de modo temporizado um alarme sonoro quando qualquer pequeno puxão é detectado.

O circuito tem um consumo muito baixo na condição de espera o que significa que ele pode ficar muitas horas ligado sem problemas para as pilhas que o alimenta.

Fácil de montar ele pode ser instalado numa pequena caixa plástica e depois facilmente colocado em posição de funcionamento em qualquer lugar.

 

Figura 1 – Sugestão de uso em linha de espera
Figura 1 – Sugestão de uso em linha de espera | Clique na imagem para ampliar |

 

 

CARACTERÍSTICAS

Tensão de alimentação: 6 ou 9 V (pilhas ou baterias)

Corrente em repouso: 1 mA (tip.)

Corrente em funcionamento: 5 mA (tip.)

Temporização: 5 segundos (podendo ser modificada)

 

COMO FUNCIONA

O sensor é um pequeno gancho que tem uma haste que passa por uma argola sem encostar na condição de repouso. A linha deve ser enlaçada no gancho de modo a modificar sua posição caso venha a ser esticada, conforme mostra a figura 2.

 

Figura 2 – Montagem do sensor
Figura 2 – Montagem do sensor

 

Este sensor funciona como um interruptor NA (normalmente aberto) ligado na entrada de disparo (pino 2) de um monoestável com o integrado 555.

A temporização de alguns segundos deste monoestável é dada por R2 e C1.

Quando por um instante o gancho toca na argola por uma pequena vibração da linha, o pino 2 do 555 é levado ao nível baixo provocando seu disparo. O resultado é que a saída do integrado vai ao nível alto por um interv valo de tempo determinado por R2 e C1.

C1 pode ser alterado na faixa de 1 a 100 nF conforme a duração desejada para o chamado.

O 555 controla dois osciladores feitos em torno das portas de Cl-2a e Cl-2b de um 40938.

Um oscilador é de áudio, determinando a tonalidade do sinal de alerta, e o outro é um oscilador lento determinando a sua modulação ou intermitência.

O leitor poderá modificar os valores de R3 e R4 se quiser um tipo de som diferente do original.

Os sinais dos dois osciladores são combinados nas duas últimas portas de Cl-2 que funcionam então como um amplificador digital e buffer excitando um pequeno transdutor cerâmico.

O som deste transdutor é suficientemente forte para que uma pessoa possa ouvi-lo a vários metros, principalmente se o local de pesca for silencioso.

É claro que existe a possibilidade de termos um som mais forte com uma etapa transistorizada excitando um pequeno alto-falante, conforme mostra a figura 3.

 

Figura 3 – Etapa para excitar um alto-falante
Figura 3 – Etapa para excitar um alto-falante | Clique na imagem para ampliar |

 

No entanto, com esta etapa, a corrente no disparo aumenta bastante diminuindo assim a durabilidade das pilhas ou bateria usadas na alimentação.

O circuito pode ser alimentado com tensões entre 6 e 9 V obtidas de 4 pilhas pequenas ou de uma bateria de 9 V. Evidentemente, a autonomia das 4 pilhas pequenas será bem maior do que a bateria de 9 V.

 

MONTAGEM

O diagrama completo do aparelho é mostrado na figura 4.

 

Figura 4 – Diagrama do aparelho
Figura 4 – Diagrama do aparelho | Clique na imagem para ampliar |

 

 

Na figura 5 temos a disposição dos componentes numa placa de circuito impresso.

 

Figura 5 – Placa para a montagem
Figura 5 – Placa para a montagem | Clique na imagem para ampliar |

 

 

Para os circuitos integrados sugerimos a utilização de soquetes DlL. Os capacitores eletrolíticos podem ser para 2 V.

C2 tanto pode ser cerâmico como de poliéster.

Os resistores são de 1/8 W com 5% ou mais de tolerância.

Pormenores do sensor são dados nas explicações sobre o funcionamento, devendo o mesmo ser montado num objeto ou base pesado para facilitar a sua instalação. Um tripé seria interessante, pois poderia incluir elementos para a fixação também da vara de pescar.

O transdutor é do tipo piezoelétrico passivo, ou seja, sem oscilador interno, e até mesmo um tweeter piezoelétrico sem o transformador interno pode ser usado.

Orifícios na caixa devem ser previstos para a saída do som.

 

PROVA E USO

Para provar basta conectar o sensor ao circuito e movimentá-lo levemente com os dedos no sentido do gancho fazer contacto com a argola. Deve ocorrer o disparo do circuito com a emissão de bips.

O disparo é temporizado, parando depois de alguns segundos. Um novo toque deve provocar novo disparo.

Funcionando em locais úmidos ou numa atmosfera salgada (a beira mar) pode haver uma lenta oxidação do sensor que com o tempo evita o disparo.

Quando isso começar a ocorrer o sensor deve ser lixado e limpo para voltar a funcionar normalmente.

Uma boa prática é fazer esta limpeza sempre que for usado.

Comprovado o funcionamento é só incluí-lo ao equipamento de pesca.

 

CI-1 - 555 - circuito integrado

CI-2 - 4093B - circuito integrado CMOS

BZ - transdutor piezoelétrico

S1 - interruptor simples

X1 - sensor - ver texto

B1 - 6 ou 9 V - bateria ou pilhas

R1 e R3 - 47 k ohms - resistor (amarelo, violeta, laranja)

R2 - 100 k ohms - resistor (marrom, preto, amarelo)

C1 - 10 uF - capacitor eletrolítico

C2 - 47 nF (473 ou 0,047) – capacitor cerâmico ou poliéster

C3 - 2,2 uF - capacitor eletrolítico

Diversos: conector de bateria, suporte de pilhas, placa de circuito impresso, caixa para montagem, fios, soquetes para os integrados, solda, etc.