Ideia de que equipamentos eletrônicos possam ser usados em pesquisas paranormais não é nova. O próprio Edison, quando trabalhava com as primeiras válvulas e o rádio começava a se tornar popular, acreditava que equipamentos eletrônicos poderiam ser usados para fazermos a comunicação com os espíritos. A eletrônica evoluiu e mesmo na era digital, alguns experimentadores modernos passaram a utilizar equipamentos cada vez de tecnologias mais avançadas e avanços foram obtidos em pesquisas feitas em universidades. Diversas notícias que demos mostram isso. Nesse artigo trataremos um pouco das possibilidades que a eletrônica de nossos dias oferece ao pesquisador de fenômenos paranormais.

Importante: É claro que novamente em nossos artigos não nos envolvemos com as possíveis interpretações para os fenômenos, pois elas dependem das crenças de cada pesquisador e de interpretações pessoais. O que damos em nossos artigos são os recursos técnicos para que os interessados usem a tecnologia em suas pesquisas.

Uma das pesquisas mais populares no campo da paranormalidade é a que envolve o fenômeno das vozes ou Transcomunicação Instrumental (ITC), descoberto por Raudive e que abordamos em outro artigo (PN001 e PN001E).

Neste fenômeno parte-se da ideia de que o ruído branco presente no ambiente quando vento, chuva ou água corrente atuam pode elevar uma modulação existente que revele fenômenos paranormais envolvendo vozes e sons.

Gravadores analógicos ou receptores de rádio para sinais modulados em amplitude foram por muito tempo usados nas pesquisas e até mesmo a TV analógica para o caso da imagem.

No entanto, com a chegada das técnicas digitais de se processar sons e imagens a pesquisa desses fenômenos esbarrou num problema: o próprio circuito corta ruídos e com isso as pesquisas com esses equipamentos se tornou problemática.

Da mesma forma, outros fenômenos que poderiam ser pesquisados também ficaram, de certa forma, prejudicados, ao se pensar na utilização de equipamentos digitais.

No entanto, isso não ocorre se levarmos em conta alguns fatos importantes.

O primeiro é que os circuitos de entrada e de saída dos gravadores digitais, amplificadores e outros circuitos que processam sons, por exemplo, são analógicos.

Assim, eles amplificam os sinais presentes no ambiente e um eventual corte seria feito na parte digital.

Numa pesquisa com sinais de áudio, por exemplo, um circuito colocado antes da conversão para a forma digital poderia processar o sinal de modo que as informações desejadas fossem ampliadas e não se perdessem na conversão.

Uma ideia seria agregar filtros ou mesmo divisores de frequência de modo a mudar a faixa dos ruídos para então na conversão, usando um DSP ou microcontrolador, recuperar o sinal sem muitas perdas.

Uma ideia, seria usar uma amostragem numa frequência muito mais alta que a normalmente usada com áudio de modo a recuperar picos de ruídos em frequências muito mais altas, e depois “reconverter” o sinal para frequências mais baixas no momento da análise ou audição.

Tudo depende da capacidade que o pesquisador tenha de trabalhar, por exemplo, com conversores analógico-digitais.

No entanto, existem outros campos de pesquisa que envolvem a eletrônica digital que podem ser aproveitados em uma pesquisa paranormal.

O leitor dotado de imaginação pode criar experimentos que envolvam desde a modulação de LEDs, por exemplo, até mesmo a comunicação por redes sem fio.

Uma ideia muito interessante vem da descoberta de que os roteadores sofrem alterações de seus sinais pela presença de objetos que se movam num ambiente. Os sinais das faixas de gigahertz são muito sensíveis a qualquer alteração das características do meio ambiente.

Aventou-se a possibilidade de se utilizar roteadores como sensores de presença em um ambiente, detectando um intruso que se mova ou mesmo um objeto que seja tirado do lugar.

Será que um roteador não poderia ser programado numa pesquisa para a detectar a presença de “entidades” estranhas que mesmo invisíveis causariam perturbações na propagação de seus sinais? Uma boa aplicação da era digital: usar seu roteador como um detector de fantasmas...