Os sinais cuja forma de onda é do tipo dente-de-serra normalmente são gerados por osciladores de relaxação com transistores unijunção, PUTs (Transistores Programáveis Unijunção), SCRs e outros dispositivos semicondutores menos comuns. O circuito que descrevemos neste artigo opera com transistores comuns e sua frequêcia pode ser ajustada numa ampla faixa de valores.

 

O circuito que descrevemos pode servir de base de tempo para um osciloscópio de baixa frequêcia, como gerador de tom para instrumentos musicais ou mesmo em conversores A/D usados em instrumentos digitais de medida.

Sua principal característica está no fato de usar transistores comuns e por isso não ser crítico e de fácil montagem.

A frequêcia dos sinais gerados depende do capacitor C2 e é ajustada numa ampla faixa de valores por P1. Para os valores desses componentes indicados no diagrama, a frequêcia pode ser ajustada entre algumas dezenas de hertz até aproximadamente 10 kHz.

Alterações do capacitor C2 podem mudar esta faixa de operação.

 

Características:

Tensão de alimentação: 9 Vdc

Corrente drenada típica: 5 mA

Forma de onda do sinal gerado: dente-de-serra

Faixa de frequências: 10 Hz a 100 kHz

 

COMO FUNCIONA

Os dois transtores são ligados de modo a formar uma etapa amplificadora de alto-ganho com acoplamento direto. A realimentação do sinal tirado do coletor de Q2, via C2 é feita para a base de Q1, mantendo assim as oscilações. Estas oscilações tem suas frequêcias ajustadas por P1.

Obtemos então na base de Q1 sinais cuja forma de onda é do tipo dente-de-serra, e ao mesmo tempo, no coletor de Q2, sinais retangulares, devido à comutação rápida deste segundo transistor.

O sinal pode ser retirado do circuito via C1 e R1 que tem por finalidade não carregar o circuito, o que dificultaria as oscilações.

 

MONTAGEM

A figura 1 mostra o diagrama completo do oscilador.

 

Figura 1 – Oscilador dente de serra
Figura 1 – Oscilador dente de serra

 

 

Os poucos componentes podem ser fixados numa placa de circuito impresso com a disposição mostrada na figura 2.

 

Figura 2 – Placa de circuito impresso para a montagem
Figura 2 – Placa de circuito impresso para a montagem

 

 

Na verdade, para Q1 e Q2 podem ser usados transistores de uso geral NPN de qualquer tipo. Os resistores s?o de 1/8W ou maiores e os capacitores C1 e C2 tanto podem ser de poliéster como styroflex. O capacitor C3 ?do tipo eletrolítico com uma tensão de trabalho de 12V ou mais.

A alimentação pode ser feita por uma pequena fonte ou ainda bateria, já que o consumo não é elevado.

Para a saída de sinal, se o aparelho for usado como gerador de bancada para testes em geral, pode ser usado um jaque do tipo P2 ou RCA.

Outra possibilidade consiste em se usar dois fios com garras jacaré

 

UTILIZAÇÃO

A verificação da forma de onda produzida deve ser feita com um osciloscópio, mas para saber simplesmente se o circuito está oscilando basta ligar sua saída na entrada de qualquer amplificador de áudio ou mesmo num transdutor piezoelétrico comum ou fone de ouvido de alta impedância.

Uma vez comprovado o funcionamento é só usar o aparelho.

 

Semicondutores:

Q1, Q2 - BC548 ou equivalentes - transistores de uso geral

 

Resistores: (1/8W, 5%)

R1 - 470 k Ω - amarelo, violeta, amarelo

R2 - 22 k Ω - vermelho, vermelho, laranja

R3 - 10 k Ω - marrom, preto, laranja

R4 - 3,3 k Ω - laranja, laranja, vermelho

R5, R6 - 1 k Ω - marrom, preto, vermelho

P1 - 100 k Ω - potenciômetro (ou trim-pot)

 

Capacitores:

C1 - 47 nF (473 ou 0,047) – cerâmico ou poliéster

C2 - 470 nF (474 ou 0,47) - cerâmico ou poliéster

C3 - 100 µF/12V - eletrolítico

 

Diversos:

J1 - jaque RCA

S1 - Interruptor simples

B1 - 9V - bateria ou fonte

Placa de circuito impresso, caixa para montagem, conector de bateria, botão para o potenciômetro, fios, solda, etc.