Se bem que os efeitos de um tratamento por estímulos elétricos não seja ainda totalmente comprovados no caso da celulite, existem algumas empresas que adotam essa técnica. Se o leitor que tentar esse tipo de tratamento, ou mesmo industrializar o equipamento, sempre procurando informações técnicas na área médica em que se apoiar, damos neste artigo a montagem de um estimulador bastante simples.


Se bem que os estudos sobre os efeitos de estímulos elétricos na pele no tratamento de celulites ainda não tenham chegado à conclusões definitivas, podemos encontrar em anúncios diversos equipamentos para essa finalidade, alguns bastante simples e de uso pessoal.Não recomendamos o uso de tais equipamentos sem uma consulta médica prévia, mas se o seu médico liberar, podemos lhe ensinar a montagem um simples estimulador. O circuito apresentado gera pulsos de alta tensão que estimulam a pele no local da celulite forçando o organismo a reagir e dessa forma, segundo se afirma, fazendo com que ocorra uma modificação fisiológica favorável ao tratamento do problema.

Evidentemente, o circuito deve ser usado com bastante moderação e nunca sem a orientação especializada. Se o leitor pretende industrializar o circuito, também é importante notar que não existem conclusões médicas que garantam sua total eficiência.

Obs: segundo documentação médica que obtivemos de diversas fontes, a estimulação elétrica parece ter efeitos sobre os músculos, atua sobre a circulação sanguínea e tem diversos efeitos adicionais que no entanto não são definitivamente comprovados pela medicina, não existindo portanto uma evidência clínica de que o processo seja efetivo.

 


Como Funciona
A idéia básica do circuito é gerar uma alta tensão de média freqüência que possa ser aplicada a eletrodos de estímulos. Essa tensão pode ser ajustada entre 0 e 150  V aproximadamente de modo a se poder encontrar o ponto ideal que seja perceptível mas que não seja desagradável. Na figura 1 damos uma idéia de como esses eletrodos podem ser montados.

 


Figura 1 – Nesta montagem portátil, os eletrodos consistem em chapas de metal.

Para garantir maior segurança na aplicação, o aparelho é alimentado por pilhas comuns que terão uma boa durabilidade na aplicação. Temos então um oscilador de baixa freqüência, algo em torno de 500 Hz, elaborado em torno de um 555. O sinal retangular desse oscilador é aplicado a uma etapa com dois transistores que tem um controle de intensidade. O controle dosa o sinal aplicado a um transformador elevador de tensão.No enrolamento de alta tensão do transformador temos então o sinal eu será aplicado aos eletrodos.

 


Montagem
Na figura 2 temos o diagrama completo do estimulador para tratamento de celulite.

 


Figura 2 – Diagrama completo do estimulador. C1 pode ser alterado para que o circuito gere outras frequências.

A montagem pode ser realizada numa placa de circuito impresso com padrão de matriz de contactos, conforme mostra a figura 3.

 


Figura 3 – Montagem numa matriz de contatos ou placa de circuito impresso com o mesmo padrão.

O transformador pode ser de qualquer tipo que tenha um enrolamento primário de 110 V ou 220 V e secundário de 6 V com correntes entre 250 mA e 500 mA. Com um transformador pequeno, o aparelho cabe numa caixinha da Patola, como a mostrada na figura 4.

 


Figura 4 – Montagem terminada. Os eletrodos são montados numa plaquinha plástica com uma alça para facilitar a aplicação.

O transistor de potência deve ser dotado de um pequeno radiador de calor que consiste numa pequena chapinha de metal. Os demais componentes não são críticos e para o potenciômetro deve ser usada uma escala que permita ajustar melhor a intensidade dos estímulos.

 


Teste e Uso
Para testar, basta encostar os eletrodos na pele e ligar o aparelho, inicialmente com o potenciômetro na posição de mínima intensidade.
Depois, vá girando o potenciômetro até obter um leve formigamento.
A aplicação deve ser feita com essa intensidade em seções de 10 a 20 minutos por dia. Uma idéia de aperfeiçoamento do projeto consiste em trocar R1 por um resistor de 10 k ohms e ligar em série com ele um potenciômetro de 1 Mohms para controlar a frequência.

Importante: Nunca alimente este circuito com fonte sem transformador.



Lista de Material
CI-1 – 555 – circuito integrado CMOS
Q1 – BC558 ou equivalente – transistor PNP de uso geral
Q2 – BD136 ou equivalente – transistor PNP de média potência
R1 - 100 k? x 1/8 W – resistor – marrom, preto, amarelo
R2 – 10 k? x 1/8 W – resistor – marrom, preto, laranja
R3 – 2,2 k? x 1/8 W – resistor – vermelho, vermelho, vermelho
R4 – 1 k? x 1/8 W – resistor – marrom, preto, vermelho
C1 – 100 nF – capacitor cerâmico ou poliéster
C2 – 100 ?F x 12 V – capacitor eletrolítico
S1 – Interruptor simples
B1 – 6 V – 4 pilhas pequenas
P1 – 4,7 k? – potenciômetro linear
T1 – Transformador com primário de 110 V ou 220 V e secundário de 6 V com 250 a 500 mA
X1, X2 – eletrodos – ver texto

Diversos:
Placa de circuito impresso universal, suporte de pilhas, caixa para montagem, botão para o potenciômetro, radiador de calor para Q2, fios, solda, etc.