O que é: Efeito que ocorre quando uma fonte de luz pulsante ilumina um objeto em movimento.

Usos: medida de velocidade de rotação de objetos, efeitos decorativos, paralisação de imagens.

 

Imagine um ambiente completamente escuro em que existe uma lâmpada comum que pisque numa determinada freqüência. Se você pedir para uma pessoa caminhar neste ambiente, você só vai conseguir vê-la nos breves instantes em que a lâmpada estiver acesa. Isso significa que você não vai ver a pessoa caminhando-a mas vai vê-la como se ela tivesse sido "fotografada" em locais que mudam sucessivamente à medida que ela se desloca no ambiente, conforme mostra a figura 1.

 

O movimento da pessoa será então visto "aos soquinhos" e não de uma forma contínua. É exatamente isso que ocorre nos bailes quando somos iluminados por uma luz que pisca rapidamente.

 

Vamos agora mudar o movimento da pessoa, pedindo que ela dê um passo para frente e um para trás, repetindo continuamente este movimento. Se a pessoa fizer isso lentamente, veremos novamente a pessoa se movimentar aos soquinhos, indo e voltando conforme mostra a figura 2.

 

 

Se pedirmos que a pessoa acelere este movimento, vai chegar o instante em que a lâmpada pisca justamente quando ela estiver na posição A e depois na posição B, conforme mostra a figura 3.

 

 

Como só podemos ver a pessoa nos instantes em que a lâmpada está acesa, a imagem que nossos olhos terão será interessante: veremos duas pessoas, uma em A e outra em B.

 

Indo além se a pessoa for suficientemente rápida, ela conseguirá alcançar a freqüência das piscadas da lâmpada de tal forma, que a lâmpada sempre piscará quando ela estiver na posição A .

 

Teremos então a imagem da pessoa paralisada em A, pois não veremos mais quando ela vai até B e volta (pois isso ocorre no intervalo em que a lâmpada está apagada),

 

Em outras palavras, nestas condições conseguiremos "paralisar" ou "congelar" o movimento da pessoa, mesmo que ela continue se movimento!

 

 

Persistência Retiniana

O efeito que vimos pode ser ainda mais acentuado se considerarmos uma característica da visão humana denominada "persistência retiniana".

Nossos olhos não conseguem separar eventos que ocorram num intervalo de tempo menor que 1/10 de segundo.

Se uma lâmpada piscar numa freqüência menor que 10 Hz (10 piscadas po segundo ou 1/10 de segundo para cada piscada) distinguiremos perfeitamente estas piscadas. No entanto, se as piscadas forem mais rápidas, não as conseguiremos separar e veremos a lâmpada acesa continuamente.

Isso ocorre com a TV em que as imagens estão mudando a razão de 60 por segundo, mas nossa visão não consegue perceber isso. É como se 60 fotos fossem projetadas em cada segunda na tela do televisor. Não conseguimos perceber esta mudança rápidas das "fotos" mas tão somente as mudança de posição dos objetos dando-se a impressão de movimento.

Assim, se no caso da lâmpada que ilumina a pessoa que "vai e vem" as piscadas ocorrerem numa velocidade maior que 10 Hz, veremos a pessoa parada e a lâmpada acesa (sem piscar).

Este é o efeito estroboscópico, que pode ser observado em muitos outros casos. Um deles pode ser até observado com uma simples experiência: se tivermos uma roda raiada ou uma hélice que gire diante de uma lâmpada que pisca, só veremos os raios nas posições em que a lâmpada está acesa. Se o movimento estiver sincronizado com as piscadas, a roda parecerá parada. Se o movimento tiver uma velocidade um pouco maior do que a das piscadas, a roda parecerá girar para trás.

Você pode fazer uma experiência muito simples para comprovar isso, levando em conta justamente as piscadas ou mudanças da tela da TV e uma hélice de papelão. Gire-a diante da TV. Dependendo da velocidade, a hélice em determinados instantes estará parada, estará girando "para frente" ou girando "para trás".

É por este motivo que nos filmes em que aparecem rodas raiadas ou hélices, elas parecem às vezes estar paradas ou girando ao contrário. É a combinação de seu movimento com a velocidade com que sua imagem é tomada pela câmera.